ALAVANCAGEM SUSTENTÁVEL

Quais são os reais objetivos de uma empresa?
Por muito tempo escutamos as pessoas, especialistas e os próprios empresários afirmarem que o primeiro e maior objetivo de qualquer empresa seria a obtenção de LUCRO.
Na realidade atual, entretanto, observamos uma tendência em se rever senão todos os conceitos, muitos destes, especialmente aqueles ligados aos resultados da ação das Corporações em seu meio ambiente, fruto de um problema global que nos atinge: as condições de sobrevivência de toda espécie viva na face do Planeta! É nesse sentido que podemos incluir a tendência e porque não dizer - necessidade - de revisão dos objetivos de uma organização, sob pena de reduzir, no mínimo, o seu próprio ciclo de vida. Isto apenas como exemplo para não irmos mais longe em nossas elucubrações.
Hoje, uma empresa que não preze por preceitos éticos e sociais também tende a desaparecer com o tempo. O lucro é o combustível que mantém a empresa funcionando porque desperta no empreendedor o desejo de mantê-la em atividade. A partir do momento que o empresário consegue sentir-se realizado através do trabalho de sua organização sem a necessidade de lucros exorbitantes, mas que lhe garantam satisfação, segurança financeira da empresa e de sua vida pessoal além de auto-realização; reduz-se a necessidade de se buscar em fontes externas capital para maximizar os lucros.
Vivemos numa lógica inversa onde as instituições geram uma verdadeira dependência do sistema financeiro. Como o sucesso de um empreendimento ou até mesmo o retorno na aquisição de um ativo do imobilizado para ampliar a produção depende de vários fatores dos quais nem todos estão sob nosso controle; a chance de ocorrer uma alavancagem dos prejuízos também existe.
A rotina diária não nos permite o tempo necessário para desenvolver planejamentos profundos e detalhados a ponto de garantir maiores chances de viabilidade da empreitada. Alguém então dirá com razão: “Neste caso deveríamos planejar nosso tempo para atividades prioritárias”.
O ponto final dessa jornada de maior dedicação às causas importantes da empresa demonstrará que hoje vivemos numa realidade de interdependência e que sem um entendimento mais amplo do contexto que nos cerca não conseguiremos inverter a lógica atual e permaneceremos “presos” a modelos que a experiência nos comprova a cada dia estarem sendo superados e ultrapassados por formas mais equilibradas de intervir no ambiente externo e interno da organização. Veja-se, por exemplo, o surgimento das Cooperativas de Crédito em que os lucros são repassados aos seus clientes que também são acionistas. Perguntamos: Porque os maiores bancos da atualidade não têm agido assim quando seus lucros não param de crescer e bater recordes?
Da mesma forma podemos nos perguntar como podemos, na realidade de cada organização utilizar essa mudança de paradigmas a favor da longevidade? A resposta dessa pergunta, não necessariamente deve ser o repasse de lucros, como no exemplo acima citado.
Pode-se evitar a “armadilha” do sistema financeiro através de planejamentos financeiros internos que contemplem o autofinanciamento da organização. Quando se alega que nem toda empresa terá condições de realizar isso é porque na verdade essas empresas não trabalharam, através do tempo ou ainda não tem tempo de vida suficiente, de maturidade organizacional, para que hoje tivessem as condições ideais para autofinanciar seus projetos.
A melhor alavancagem não é aquela que só dá melhor retorno financeiro. A melhor alavancagem é aquela que dá melhor retorno global. Neste caso, indicamos como opção utilizar recursos próprios e o mínimo de recursos de terceiros. Vale lembrar que sob o ponto de vista da sustentabilidade, tratamos neste caso, apenas de um tipo de recurso: o dinheiro.
Se o segredo de viver bem é gastar menos do que se ganha naturalmente podemos aplicar essa idéia à realidade das empresas.
por Jeferson Ricardo Spode Flores

QUEM QUER SER FELIZ? (1ª parte)


O autor David Niven, no livro “Os 100 Segredos das Pessoas Felizes”, traz com brilhantismo e numa linguagem simples dados relevantes de diversas pesquisas realizadas ao longo de vários anos de estudos sobre os motivos e atos de pessoas que relatavam a felicidade e até mesmo os motivos de insatisfação.

O que mais encanta, além da capacidade do autor em simplificar relatórios e estatísticas, é a sabedoria demonstrada nos ensinamentos das inúmeras pessoas entrevistadas. Na maior parte os relatos são muito coerentes com a proposta esclarecedora que o Espiritismo proporciona ao homem terreno. Destaca o livro que a felicidade está nas pequeninas coisas, nos pequenos gestos, onde normalmente não depositamos maior interesse. Estamos, na maioria das vezes, condicionando a felicidade a acontecimentos, fatos que ficam na suposição... “se acontecer isso serei feliz...”, “quando me casar serei plenamente feliz”, “quando tiver minha independência própria estarei realizado”. Através desse comportamento esquecemos de viver o aqui e o agora, deixamos de viver e tirar os frutos do momento atual quer sejam eles bons ou maus.

Nesses “segredos” de pessoas felizes podemos perceber que a felicidade realmente não é externa e condicionada a fatos, mas depende única e exclusivamente de cada indivíduo. Assim, plenamente de acordo com o ensinamento lúcido do Cristo “o reino dos céus está dentro de nós”.

Felicidade também é compartilhar e por isso trazemos a seguir alguns destes segredos com pequenos comentários baseados no autor citado:

USE UMA ESTRATÉGIA PARA ALCANÇAR A FELICIDADE
Costumamos achar que as pessoas felizes e infelizes já nascem feitas. Mas não é assim. Tanto as pessoas felizes quanto as infelizes fazem coisas que criam e reforçam seus estados de espírito. As pessoas felizes permitem-se ser feliz. As pessoas infelizes continuam a fazer coisas que as aborrecem, prejudicam, contribuem para a sua infelicidade.

As pesquisas mostram que as experiências de vida das pessoas felizes e infelizes tendem a ser muito semelhantes. A diferença é que a pessoa infeliz (não estamos falando de grandes desgraças) passa boa parte do tempo pensando no que lhe acontece de negativo, ou mesmo nos aspectos negativos de acontecimentos positivos, enquanto que as pessoas felizes tendem a valorizar tudo o que lhes acontece de positivo ou a extrair o aspecto positivo de todas as suas experiências.

USUFRUA AS COISAS COMUNS
Em um estudo realizado com mais de treze mil pessoas, noventa e seis por cento dos entrevistados classificaram sua satisfação com a vida como no máximo “razoavelmente positiva”. A vida satisfeita não é feita de grandes momentos, mas de um cotidiano agradável e positivo.

SEJA UMA PESSOA POSITIVA
Transmita otimismo. Abra-se para novas idéias.

NUNCA PARE DE APRENDER E DE SE ADAPTAR
Não se apegue a um passado que lhe deu segurança. Não se feche para o novo.

CONCENTRE-SE NAQUILO QUE É REALMENTE IMPORTANTE PARA VOCÊ
O que é que você realmente deseja?

Qual é a meta pela qual vale a pena lutar e que está de acordo com o seu modo de ser? (Tenha consciência que imposições externas são contínuas e cruéis).

Valorize as pessoas pelo que são.

Buscar objetivos de acordo com as próprias características aumenta em 43% as chances de que os objetivos atingidos contribuam de modo positivo para a satisfação na vida.

NÃO CONFUNDA BENS MATERIAIS COM SUCESSO
Lembre-se daquilo que realmente importa na vida.

Em um estudo baseado em questionários e na observação cotidiana, os recursos materiais eram nove vezes menos importantes para a felicidade do que os recursos “pessoais”, como a relação amorosa com os amigos e a família.

CULTIVE AS AMIZADES
Reaproxime-se dos antigos amigos. Expanda seu círculo de amizades. Esteja próximo e sinta-se próximo das pessoas.

LEMBRE-SE DE ONDE VOCÊ VEIO
Pesquise sua origem e celebre-a. História da família, valores, cultura. De onde vim e como cheguei a este lugar?

FAÇA AS COISAS NAS QUAIS VOCÊ SE SENTE COMPETENTE
Reconheça aquilo que você não tem aptidão e recuse-se a desempenhá-la.

SUA VIDA TEM UM PROPÓSITO E UM SENTIDO
Saiba claramente que a vida tem um propósito.

NÃO ENFRENTE OS SEUS PROBLEMAS SOZINHO

DIGA AOS OUTROS COMO ELES SÃO IMPORTANTES PARA VOCÊ
Manifeste-se quando da perda de alguém. Vá até quem sofre e converse. Não vencemos nos relacionamentos, vencemos tendo bons relacionamentos.

SEJA AGRADÁVEL
Seja fácil de lidar. Não brigue ou se zangue impulsivamente. A verdade pode ser dita e tudo pode ser resolvido com calma.

ACEITE-SE TAL COMO VOCÊ É – INCONDICIONALMENTE
Você não é o tamanho da sua conta bancária, o bairro onde mora, a roupa que usa ou o tipo de trabalho que faz. Você é, como todo mundo, uma mistura extremamente complexa de capacidades e limitações.

Reconheça que apesar dos defeitos, você é completo, é uma boa pessoa. Dê ênfase também ao seu lado positivo.

Constate os defeitos procurando entendê-los e aceita as falhas e derrotas tratando-as como incidentes isolados que não diminuem sua capacidade. Não se culpe pelas falhas, nem superdimensione a derrota, não preveja resultado negativo para os futuros acontecimentos da vida.

SORRIA

GOSTE DAQUILO QUE VOCÊ TEM (um dos mais importantes segredos, segundo o autor)
Aprecie e não compare com outros.

SEJA FLEXÍVEL

FAÇA ALGO TODOS OS DIAS
Assegure-se todos os dias de fazer algo, por menor que seja, em busca dos seus objetivos.Preste atenção nos seus progressos.O que consegui hoje?Ficamos mais felizes quando vemos o objetivo mais próximo.

SEJA SEU PRÓPRIO FÃ
Confie em você mesmo com força e constância. Quando sentir desânimo, reconheça-o, mas não se entregue a ele. Mantenha e reforce a autoconfiança.

OS ACONTECIMENTOS SÃO TEMPORÁRIOS
Coisas ruins acontecem, mas em geral seus efeitos em nós não duram para sempre. Dê tempo ao tempo. A tristeza passa e a vida nos leva por novos caminhos.

O momento triste vai passar e você recuperará a alegria.

DESLIGUE A TELEVISÃO
A TV tem o poder de nos afastar do que há de fundamental em nossas vidas.Eu quero mesmo ver isso? Não ligue a TV só por que ela está lá.Cada hora diária de TV reduz em 5% sua satisfação pessoal.

NUNCA TROQUE SEUS PRINCÍPIOS POR UM OBJETIVO
Esteja feliz e tenha comportamento ético.

NÃO FINJA IGNORAR AS ATITUDES QUE INCOMODAM NAS PESSOAS A QUEM VOCÊ AMA
Não é preciso brigar. Mas evitar assuntos na intenção de ser agradável e não brigar não contribui.Diga o que incomoda com carinho.Fale sobre os aspectos ou atitudes que incomodam, mas faça-o de modo amoroso e construtivo, sem raiva ou agressividade.Nos relacionamentos, as pessoas que conseguem expressar seus sentimentos e necessidades a seus parceiros têm 40% mais chances de se sentirem felizes.

Com algumas destas lições temos um excelente convite para buscar aplicar e perceber os resultados.

por Jeferson Ricardo Spode Flores

QUEM QUER SER FELIZ? (2ª parte)




Na busca da Felicidade, que acreditamos realizar, interessante seria observarmos primeiramente: “Qual é o nosso conceito de Felicidade?”
Se já acreditamos ter consciência do que pode ser ou do que é a Felicidade, sugerimos outra reflexão: “O que temos feito pela nossa felicidade?
”Talvez tenham sido indagações semelhantes que motivaram David Niven a trabalhar para descobrir o que as pessoas que se dizem felizes têm procurado fazer para conquistar a tão almejada felicidade e como isso tem repercutido em suas vidas. Em seu livro, “Os 100 segredos das pessoas felizes”, encontramos diversas posturas práticas que tem colaborado de forma significativa para a Paz íntima daqueles que a descrevem.
Assim, dando continuidade a este tema que interessa a todos; destacamos a seguir algumas das conclusões do autor, obtidas através de diversas pesquisas:

NÃO SE CULPE
Qualquer situação é resultado de coisas que estão sob nosso controle e outros que nos escapam. Faz parte da condição humana errar e aprender com o erro. Se você se entregar ao sentimento de culpa, perderá até a capacidade de reparar o erro.Quando as coisas dão errado procuramos logo um culpado e apontamos um dedo implacável e acusador para nós mesmos. Ao fazer isso, deixamos de perceber duas coisas: que a gente aprende com o erro e que é inútil desperdiçar tempo nos culpando.A felicidade não depende do número de coisas ruins que acontecem com alguém. O importante é a maneira de encarar o que acontece. As pessoas que vêem a si mesmas como causa dos acontecimentos negativos tem uma probabilidade 43% menor de estarem satisfeitas.

VOCÊ É UMA PESSOA, NÃO UM ESTEREÓTIPO
Somos mais felizes quando permitimos que nossa personalidade aflore e não quando se adaptam a imagens determinadas pela cultura.É importante agir de forma que nos é natural, e não do modo como achamos que o homem ou a mulher devem se comportar.

VOCÊ AINDA NÃO TERMINOU A MELHOR PARTE DE SUA VIDA
Diz-se que os jovens desperdiçam a juventude. Entretanto a maioria aprecia mais a maturidade do que qualquer outra fase da vida.A vida é cheia de pequenas e grandes alegrias. Momentos de sofrimento são inevitáveis, mas há pessoas que aprenderam e sabem que a capacidade da superação do ser humano é extraordinária.O agora é o mais importante.

DINHEIRO NÃO TRAZ FELICIDADE
Passamos tanto tempo correndo atrás de dinheiro, preocupando-nos com dinheiro e contando dinheiro. Talvez seja surpreendente saber que a satisfação com a vida não é mais freqüente entre os ricos. Isso não significa que quem é rico não é feliz. Poder satisfazer seus desejos e necessidades é certamente fator de satisfação. Mas de nada vale o dinheiro se os valores fundamentais de amor, compaixão e solidariedade não são atendidos. De nada vale o dinheiro se o nível de exigência é tão alto que não há nada que o preencha. De nada vale o dinheiro se a competição faz com que alguém se compare sempre com quem lhe parece acima.Dentre 20 fatores pesquisados um apenas não era importante: A situação financeira.

NÃO SE CONCENTRE NAS TRAGÉDIAS DO MUNDO, MAS EM SUAS ESPERANÇAS
Se você tiver esperança, sentirá estímulo e contribuirá para as mudanças.As pessoas menos felizes remoem os problemas que vêem, enquanto as mais felizes concentram-se nas possibilidades de melhoras futuras.

VOCÊ NÃO TEM QUE VENCER SEMPRE
As pessoas ultracompetitivas, que precisam vencer sempre, terminam usufruindo menos das coisas. Quando perdem, ficam muito frustradas e, quando ganham, era isso o que esperavam, de qualquer modo. Sobretudo não se harmonizam com o ritmo natural da vida, que é feito de ganhos e perdas.As pessoas que querem vencer sempre não se dão conta de que a vida é feita de altos e baixos, de alternâncias. Quem não souber disso e vincular sua felicidade às vitórias constantes seguramente vai sentir-se infeliz.A competitividade pode impedir a satisfação na vida, porque nenhuma realização será suficiente, e os fracassos tornam-se especialmente devastadores. Como as pessoas ultracompetitivas têm um altíssimo nível de exigência, elas não se alegram tanto com seus sucessos, mas se desesperam com os fracassos.

TENHA EXPECTATIVAS REALISTAS
As pessoas felizes não conseguem tudo o que querem, mas querem a maior parte do que conseguem. Em outras palavras, viram o jogo a seu favor, escolhendo dar valor às coisas que estão ao seu alcance.As pessoas insatisfeitas com a vida muitas vezes determinam metas inatingíveis para si mesmas, programando-se assim para um fracasso inevitável. É importante também saber que as pessoas que definem metas ambiciosas e as alcançam não são mais felizes do que aquelas que definem e alcançam objetivos mais modestos.Para saber o que você quer e do que é capaz, torna-se necessário conhecer-se bem e entrar em contato com seu próprio desejo, em vez de estar sempre respondendo às expectativas dos outros. Não é uma tarefa fácil quando vivemos numa cultura que identifica felicidade com sucesso em todos os campos. Cuidado para não cair na armadilha que começa a ser armada – com a melhor das intenções – por nossos pais desde o nosso nascimento.Mantenha um pé na realidade e lute para melhorar as coisas e não para torná-las perfeitas. As coisas serão o que puderem ser a partir de nossos esforços.A harmonia entre os objetivos de uma pessoa e a sua capacidade é uma garantia de felicidade. Em outras palavras, quanto mais realistas e possíveis forem os nossos objetivos, maior probabilidade teremos de nos sentirmos bem com nós mesmos.

NÃO SE ESQUEÇA DE SE DIVERTIR
Reserve, todos os dias, algum tempo para se divertir, para rir.Olhe como as crianças se divertem e pergunte-se porque você não está se divertindo mais? Não reprima desejos lúdicos, não confunda maturidade com sisudez.Divertir-se regularmente é um dos cinco fatores centrais para uma vida satisfeita.

ESCOLHA SUAS COMPARAÇÕES COM SABEDORIA
O ideal seria não nos compararmos, mas é quase inevitável. Compare-se com pessoas que você admire pelo que são e não pelo que tem.

SEJA RESPONSÁVEL
Termine o que começar. Preocupe-se com o que estiver fazendo e faça-o bem feito. Embora ser responsável exija mais do que ser relaxado, nós nos sentimos melhores com nós mesmos quando fazemos um bom trabalho.

A AMIZADE É MAIS IMPORTANTE QUE O DINHEIRO
Se quiser saber se alguém é feliz, não pergunte quanto dinheiro tem, mas sobre seus amigos.Fatores essenciais para uma vida feliz: Número de amigos, proximidade da família e as relações com colegas e vizinhos. Isso representa 70% da felicidade pessoal.

INVEJAR OS RELACIONAMENTOS DAS OUTRAS PESSOAS É INÚTIL
As pessoas que tem muitos amigos às vezes invejam aqueles que são mais ligados à família. Em contrapartida, as pessoas cujo relacionamento é predominantemente com a família invejam aqueles que vivem cercados de amigos. O segredo para uma satisfação constante na vida está em usufruir o que se tem, em vez de tentar copiar os outros.

ACREDITE EM SI
Nunca se dê por vencido. Se você não acreditar em si, nada vai dar certo.A capacidade de fazer qualquer coisa precisa ser acompanhada pela crença de que somos capazes de fazê-lo. Tão importante quanto aprender a fazer é aprender que você pode fazer.

NÃO ACREDITE DEMAIS EM SI
Acreditar excessivamente em si também pode significar arrogância e pretensão: você se acha incapaz de cometer qualquer erro. Não pense que só porque você é uma pessoa talentosa não tem nada a aprender com os outros e não deveria nunca ser criticada.

LEIA SEMPRE
Ler livros traz uma dupla satisfação: a pessoa se distrai e se beneficia do que aprende. Além disso, exercita o cérebro e acumula sabedoria, o que a deixa feliz.Ler ocupa os pensamentos. A leitura, ao exercitar a imaginação e produzir momentos de deleite, pode contribuir poderosamente para a felicidade. Os leitores regulares têm uma probabilidade aproximadamente 8% maior de expressar uma satisfação diária.

DESCUBRA O QUE DEIXA VOCÊ FELIZ OU TRISTE
Quando estamos infelizes sem saber o motivo, nós nos sentimos muito pior. Se isso acontecer, pense com calma nos seus sentimentos e emoções e no que pode ter provocado seu estado de espírito. Você vai ver como se sentirá melhor sabendo a causa e a forma de mudá-la. Identifique a origem de seus sentimentos.

A SATISFAÇÃO É RELATIVA
Como é que você avalia a sua felicidade? Se comparar sua satisfação neste exato momento com os dois ou três melhores momentos de sua vida, você provavelmente não se sentirá tão feliz, porque aqueles momentos não podem ser copiados. Mas se você a comparar com alguns momentos difíceis, terá todas as razões do mundo para apreciar este momento.As pessoas felizes são aquelas capazes de encontrar pequenas alegrias nos acontecimentos do dia-a-dia.

NÃO DEIXE QUE OUTRAS PESSOAS DEFINAM SEUS OBJETIVOS
Há muitas pessoas que escolhem seus objetivos com base naquilo que os outros pensam. Em vez disso, descubra quem você é realmente, o que deseja e estabeleça seus principais objetivos naquilo que realmente lhe importa.Para ser feliz, não é preciso ter sucesso em absolutamente tudo o que se faz. Mas é essencial acreditar que se tem controle sobre a própria vida. Aqueles que sabem que são responsáveis por sua própria situação e por suas decisões sentem-se um terço mais satisfeitos do que aqueles que tem a sensação de não segurar as rédeas da própria vida.

NÃO PENSE “E SE”
Passar o tempo imaginando o que teria acontecido se você tivesse feito uma pequena mudança ou tivesse tomado uma decisão ligeiramente diferente na vida é uma atitude que certamente criará infelicidade. Pense em como pode melhorar no futuro, mas não descarte o presente pensando em como poderia ter mudado o passado. O passado serve para nos ensinar, o futuro deve ser planejado. Viva plenamente o presente.

PARTICIPE DE UM TRABALHO VOLUNTÁRIO
Uma análise das obras existentes sobre o assunto revela um acentuado consenso de que o trabalho voluntário contribui para a felicidade ao eliminar o tédio e dar um objetivo à vida.Em média, os voluntários têm duas vezes mais chances de se sentirem felizes consigo mesmos do que aqueles que não se dedicam a nada.

VOCÊ SEMPRE TEM UMA ESCOLHA
Lembre-se, ninguém nos obriga a fazer nada. Podemos escolher fazer qualquer coisa por considerá-la importante o suficiente para justificar nossos esforços. Não se queixe das suas responsabilidades como se fossem um fardo inevitável. Pense nos efeitos positivos de qualquer uma de suas ações – as razões pelas quais você vai trabalhar, as razões pelas quais você cuida de sua casa, e assim por diante.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5 – Bem-Aventurados os Aflitos.
- Niven, David. 0s 100 segredos das pessoas felizes. Ed. Sextante.

por Jeferson Ricardo Spode Flores

AMOR - O MAIOR VENDEDOR DO MUNDO

O Pergaminho Número Dois



Saudarei este dia com amor no coração. Pois este é o maior segredo do êxito em todas as aventuras. Os músculos podem partir um escudo e até destruir a vida, mas apenas os poderes invisíveis do amor podem abrir os corações dos homens, e até dominar esta arte não serei mais que um mascate na feira. Venerarei minha maior arma e ninguém que a enfrente poderá defender-se de sua força.
Podem opor-se ao meu raciocínio, desconfiar de minhas apregoações; podem desaprovar meus trajes; podem rejeitar meu rosto; e podem até suspeitar de meus negócios; contudo, meu amor enternecerá todos os corações, comparável ao Sol cujos raios suavizam o mais frio barro.
Saudarei este dia com amor no coração.
E como o farei? De hoje em diante olharei todas as coisas com amor e renascerei. Amarei o sol porque aquece os meus ossos; não obstante, amarei a chuva porque purifica meu espírito. Amarei a luz porque me mostra o caminho; não obstante amarei a escuridão porque me faz ver as estrelas; eu receberei a felicidade porque ela engrandece o meu coração; não obstante, tolerarei a tristeza porque abre a minha alma. Admitirei recompensas porque elas me pertencem; não obstante, receberei de bom grado os obstáculos, porque eles são meu desafio.
Saudarei este dia com amor no coração.
E como falarei? Enaltecerei meus inimigos e eles se tornarão irmãos. Cavarei fundo, buscando razões para aplaudir; jamais arranharei o chão, buscando desculpas para maldizer. Quando tentado a criticar, morderei a língua; quando movido a elogios, clamarei dos tetos.
Não é assim que os pássaros, o vento, o mar e toda natureza falam com a música do elogio a seu criador? Não posso eu falar a seus filhos com a mesma música? De hoje em diante relembrarei este segredo e mudarei minha vida.
Saudarei este dia com amor no coração.
E como agirei? Amarei todos os comportamentos dos homens, pois cada um tem qualidades para ser admirado, mesmo se estiverem ocultas. Com amor derrubarei o muro da suspeita e ódio que construíram em volta dos corações e, em seu lugar, construirei pontes para que meu amor possa entrar em suas almas.
Amarei as ambições, pois elas podem inspirar-me; amarei os fracassos, pois eles podem ensinar-me. Amarei os reis, pois eles são apenas humanos; amarei os humildes, pois eles são divinos. Amarei os ricos, pois eles são, não obstante, solitários; amarei os pobres, pois eles são muitos. Amarei os jovens, pela fé que têm; amarei os velhos, pela sabedoria que partilham. Amarei os formosos, por seu olhar de tristeza; amarei os feios, por suas almas de paz.
Saudarei este dia com amor no coração.
Mas como reagirei às reações dos outros? Com amor. Pois, sendo a minha arma para abrir os corações dos homens, o amor é também o meu escudo para repelir as setas do ódio e as lanças da ira. A adversidade e o desencorajamento se chocarão contra o meu novo escudo e se tornarão como as chuvas mais brandas. Meu escudo me protegerá na feira e me sustentará quando sozinho. Ele me reanimará em momentos de desespero e, contudo, acalmar-me-á na exultação. Tornar-me-ei mais forte e mais protegido usando-o até o dia em que ele seja parte de mim, e andarei desembaraçado entre todos os comportamentos dos homens, e meu nome se erguerá alto na pirâmide da vida.
Saudarei este dia com amor no coração.
E como confrontarei cada um que encontrar?
De apenas um modo. Em silêncio, e, para mim mesmo, dir-lhe-ei: “Eu Amo Você”. Embora ditas em silêncio, estas palavras brilharão em meus olhos, desenrugarão minha fronte, trarão um sorriso a meus lábios e ecoarão em minha voz; e o coração dele se abrirá. E quem dirá não às minhas mercadorias quando seu coração sente meu amor?
Saudarei este dia com amor no coração.
E acima de tudo amarei a mim mesmo, pois, quando o fizer, zelosamente inspecionarei todas as coisas que entraram em meu corpo, minha mente, minha alma e meu coração. Jamais abusarei das solicitações da carne, mas, sobretudo, cuidarei de meu corpo com asseio e moderação. Jamais permitirei que minha mente seja atraída para o mal e o desespero, mas sobretudo a elevarei, com o conhecimento e a sabedoria das gerações. Jamais permitirei que minha alma se torne complacente e satisfeita, mas haverei de alimentá-la com meditação e oração. Jamais permitirei que meu coração se amesquinhe e padeça, mas compartilhá-lo-ei e ele crescerá e aquecerá a Terra.
Saudarei este dia com amor no coração.
De hoje em diante amarei a humanidade. Deste momento em diante todo o ódio desaparece de minhas veias, pois não tenho tempo para odiar, apenas para amar. Deste momento em diante dou o primeiro passo necessário para me tornar um homem entre homens. Com amor, aumentarei minhas vendas cem vezes mais e me tornarei um grande vendedor. Se nenhuma outra qualidade possuo, posso ter êxito apenas com o amor. Sem ele eu fracassarei, embora possua todo o conhecimento e as técnicas do mundo.
Saudarei este dia com amor e terei êxito.


(Livro: O Maior Vendedor do Mundo. MANDINO, Og. Pág. 71-74)

O PALHAÇO DE KIERKEGAARD E A CRISE CLIMÁTICA



Depois dos alarmantes relatórios do Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) o pior que nos pode acontecer é deixar as coisas correrem como estão. Então iríamos alegremente ao encontro de nosso próprio fim. Tal atitude me faz lembrar o conhecido aforismo de Sören Kierkegaard (1813-1855), famoso filósofo dinamarquês, sobre o clown, um palhaço de circo. O fato, conta ele, é que estava ocorrendo um incêndio nas cortinas do fundo do teatro. O diretor enviou então o palhaço que já estava pronto para entrar em cena, avisar a toda a platéia do fato. Suplicava que acorressem para apagar as chamas. Como se tratava de um palhaço, todos imaginavam que era apenas um truque para fazer rir as pessoas. E estas riam que riam. Quanto mais o palhaço conclamava a todos, mais esses riam. Pôs-se sério e começou a gritar: "o fogo está queimando as cortinas, vai queimar todo o teatro e vocês vão queimar junto". Todos acharam tudo isso muito engraçado, pois diziam que ele estava cumprindo esplendidamente seu papel. O fato é que o fogo consumiu o palco e todo o teatro com as pessoas dentro. Termina Kierkegaard: "Assim, suponho eu, é a forma pela qual o mundo vai acabar no meio da hilariedade geral dos gozadores e galhofeiros que pensam que tudo, em fim, não passa de mera gozação".

Estas palavras de Kierkegaard se aplicam perfeitamente a muitos cientistas, empresários, bispos e até a gente do povo que pensam ser o aquecimento global uma grande enganação ou um alarme desnecessário. Dizem que o fenômeno é, em grande parte, natural e que a Terra tem condições por si mesma de encontrar o equilíbrio ótimo para a vida. E vivem como os ricos do Titanic, rindo e se afundando.

Por outro lado, muitos são os que tomam as advertências a sério, Estados e grandes instituições, também entre nós. Sabem que se começarem agora, com apenas 2% do PIB mundial, poderão equilibrar o clima global e continuar a aventura planetária com perspectivas de esperança.

O fato inegável é que estamos face a um problema global. Não afeta apenas este ou aquele ecossistema ou região, mas seu conjunto, a biosfera e o inteiro Planeta. Somos todos interdependentes e as ações de todos afetam a todos para o bem ou para o mal. Tardiamente, só a partir dos anos 70 do século passado, ficou-nos claro que a Terra é um superorganismo vivo, Gaia, que regula os elementos físicos, químicos, geológicos e biológicos de tal forma que se torna benevolente para todas as formas de vida, especialmente, da nossa. Mas agora, dada a intervenção prolongada e persistente do processo produtivo mundial, ela chegou a um ponto em que não consegue sozinha se auto-regular. Precisa de nossa intervenção que vai muito além de apenas preservá-la e cuidá-la. Temos que efetivamente resgatá-la e curá-la. Pois, em termos cósmicos, é um planeta já velho, com recursos limitados e dificuldades de auto-regeneração. Como somos o principal agente desestabilizador pode acontecer que ela não nos considere mais benevolentemente e queira continuar sem nós. A dinâmica do processo de produção e consumo ilimitados não consegue manter o equilíbrio do planeta. Somos obrigados a mudar na linha do que sugere a Carta da Terra: assumir um modo sustentável de vida. Este somente se alcançará mediante a cooperação mundial e a percepção espiritual de que o planeta é Terra-mátria, prolongamento de nossa própria existência terrenal.


Teólogo Leonardo Boff

Filme: THE SECRET (O Segredo)


"O Segredo" é um longa-metragem que não tem cenas de ação, não tem atores famosos ou romances desfeitos, não tem guerras ou batalhas épicas, mas que tem poder imediato sobre a sua vida. Você terá mudanças reais em sua forma de ver a vida e com estratégias imediatas para mudar qualquer coisa que esteja incomodando seu dia-a-dia. Duas horas que valerão por anos de terapia, ou meses de coaching. Valerão por muitos cursos, filmes de treinamento ou centenas de livros de desenvolvimento pessoal e profissional.
No documentário, você verá um grupo de técnicas simples, mas poderosas, para mudar a própria vida, embaladas em um sistema extremamente fácil de compreender, lembrar e usar.
Se você é coach ou profissional de aconselhamento, se é professor, se trabalha atendendo pessoas, se você é alguém atarefado e envolvido com grandes decisões, se você passa por momentos de grandes desafios internos e obstáculos importantes, se você quer ganhar mais, ter melhores relacionamentos, enfim, se você quer mudar alguma coisa no seu mundo...este é o momento para assistir “O Segredo”.
Este é um filme para assistir com a família, com os colegas, com os chefes, com os amigos, com a namorada, ou namorado, ou apenas com você.
Quem trabalha com RH, vai ver coisas que ninguém mais vê. Quem dirige empresas, quem vive em famílias em crise, quem está atolado em trabalhos (de escola ou domésticos), quem deseja mais saúde, quem precisa ganhar mais, viver melhor ou resolver conflitos em sua vida, quem precisa atrair uma vida totalmente nova e diferente, verá coisas que ninguém mais vê!
O documentário traz ferramentas poderosíssimas!
Assista “O Segredo” e, se você gostar (o que estou certa que acontecerá), poste um comentário contando o que o filme causou em sua vida.
(Adaptado de Aldo Novak)

Filme: THE CORPORATION (A Corporação)

Fatos polêmicos, revelações, previsões para as grandes corporações e os efeitos sobre a população mundial. Estrelando 7 CEOs, 3 vice-presidentes, 2 informantes, 1 corretor e 1 espião. Com Michael Moore, Naomi Klein e Milton Friedman. 

"A corporação" é uma espécie de filme-documentário que merece ser assistido mais de uma vez, diante das tantas reflexões que acaba suscitando. É bastante dinâmico, com um volume significativo de informações e não há como ficar indiferente com as situações apresentadas. O tema é amplo, justamente porque a proposta e a abordagem do filme vão além do não-convencional, já que no cotidiano não se questiona essa "realidade" já aceita tacitamente.

O que o filme faz com maestria é demonstrar que existem facetas que precisam ser vistas, aceitas e analisadas. Entre críticas, revelações e alguns desmascaramentos, o filme mostra o "lado podre" das corporações e seus efeitos nocivos na qualidade de vida das pessoas, nas sociedades e no meio-ambiente. Muitos não gostaram e não gostarão do filme, mas acredito que a resposta para essa "inquietação" que o filme causa é justamente por não quererem ver, tocar ou cheirar a "poluição" e a "sujeira" corporativa que sempre existiu tão debaixo dos nossos narizes...

No meu entendimento, a grande lição que o filme suscita é a de que precisamos, com urgência, discutir e refletir mais sobre nossa realidade, rever nossas estruturas organizacionais e os modelos econômicos e políticos da nossa sociedade.

TEMPO QUE FOGE


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: - Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

Ricardo Gondim

Soli Deo Gloria


KARDEC E EDUCAÇÃO


Será que é possível pensar em educação sem pensar em escola? Grande parcela da nossa sociedade não conhece e não cogita que possa existir educação fora da escola. Ousando resumir a Pedagogia, afirmaríamos que a educação não se dá necessariamente na escola.

Esta “ciência” demonstra que o ser humano tem uma capacidade ilimitada para aprender. Entretanto nem sempre nos educamos quando aprendemos. Quando aprendemos algo “negativo”, não há educação. Educação é sempre um aprendizado no sentido “positivo”.

Mas este conceito de educação foi construído ao longo dos séculos e recebeu a colaboração de ilustres pensadores até chegar à maturação.

Um tcheco chamado Comênio (Comenius), Bispo Protestante (entre os Séc. XVII e XVIII), ao propor na sua obra “A Grande Didática: Estabelecendo Toda a Arte de Ensinar Todas as Coisas a Todos os Homens” seria reconhecido por estabelecer o marco inicial da Pedagogia do Futuro.

Em 1762, Jean Jacques Rousseau afirmou na sua obra “O Emílio” que “viver não é respirar, é agir”. Por suas idéias, que provocaram uma verdadeira revolução na educação, é considerado “o Copérnico da Educação Moderna”.

Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), influenciado pelas propostas de Comênio e Rousseau, entendia que a educação era um dever cristão e um ato de amor. Numa época em que a Escola estava sendo repensada, para se tornar mais atraente e convidativa aos alunos, Pestalozzi inova sugerindo que a Escola era a extensão da família. Este homem, “O Apóstolo da Educação”, no Castelo de Yverdun foi responsável pela educação de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Este por sua vez, mais tarde adotaria o pseudônimo de Allan Kardec para trazer ao mundo a Doutrina Espírita.

Rivail foi por durante 30 anos professor, dedicando-se intensamente à educação, quer seja ensinando, quer seja editando obras com vistas à melhoria no processo de ensino, especialmente na França.

Henri Sausse – Biógrafo de Kardec diz que foi em Yverdun que se desenvolveu as idéias que deviam torná-lo um observador atento e meticuloso, um pensador prudente e profundo.

Desde quando Rivail decidiu aprofundar-se no estudo do fenômeno das “mesas girantes”, trabalha intensamente com esforço e dedicação editando a primeira obra da Codificação Espírita – O Livro dos Espíritos.

“A primeira característica de O Livro dos Espíritos, nem sempre percebida, é a sua forma didática. Não fosse Kardec um Pedagogo, habituado à disciplina Pestalozziana, e os Espíritos do Senhor não teriam conseguido na Terra um tão puro reflexo dos seus pensamentos”. (J. Herculano Pires – Pedagogia do Espírito).

Herculano Pires nos diz que O Livro dos Espíritos não é um tratado de Pedagogia... Mas é evidente que se trata de um verdadeiro manual de educação, no mais amplo sentido do termo.
Paralela à evolução da Pedagogia (que tem objetivos específicos), mas não muito distante dessas tendências percebemos particularmente na pessoa de Allan Kardec e em geral no Espiritismo, tratamento semelhante para a importância da Educação. Com a diferença clara de que o Espiritismo transcende algumas barreiras, comprova e demonstra a verdadeira essência do homem, da vida e do Universo.

Afirma o ilustre Codificador do Espiritismo, em suas anotações registradas no livro Obras Póstumas que “É pela educação, mais do que pela instrução que se transformará a Humanidade”. Estabelece assim que educação é mais ampla e profunda do que a “instrução” normalmente recebida na escola.

Concordando com a idéia de que educação é sempre positiva, seria de perguntar – Existe proposta de educação mais positiva (a redundância aqui é proposital) do que a Doutrina Espírita?

Sendo o Espiritismo o “Cristianismo Redivivo”, este traz à Humanidade, em última análise, a Pedagogia de Jesus.

Fontes de Consulta:
A pedagogia do Espírito – J. Herculano Pires
Obras Póstumas – Allan Kardec
Textos Pedagógicos – Hippolyte Leon Denizard Rivail
Evolução Cultural da Educação – Apostila “Docência do Ensino Superior” – UFRJ - SEAD

por Jeferson Ricardo Spode Flores


Este artigo foi publicado originalmente em
http://www.portaljovem.com/conheca_mais/kardec_educacao.htm



RECUPERANDO A ENERGIA MENTAL

Energéticos mentais instantâneos
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Técnicas mostram como recuperar energia mental de imediato

Quando necessitar de uma rápida carga de energia, tente uma destas técnicas. Você se sentirá mais alerta e concentrado.

1 - Beba uma xícara de chá de hortelã para se refrescar e reanimar a mente. Estudos no Japão apontaram que a hortelã pode estimular a função cerebral, aumentando a concentração e o desempenho mental.

2 - Experimente os florais de Bach para concentrar a mente. O clematis é recomendado para os que têm tendência a sonhar acordados; o white chestnut, para preocupações constantes; o wild rose para a apatia e o olive, para a exaustão física. Acrescente duas gotas do floral num copo com água e beba durante o dia, quando sentir necessidade.

3 - Saia da mesa ou da poltrona e caminhe em ritmo acelerado durante cinco minutos para melhorar a circulação e retomar os processos mentais com mais energia.

4 - Para estimular a mente cansada, faça uma massagem na própria cabeça. Esfregue o couro cabeludo ligeiramente, depois bata a ponta dos dedos ao redor da cabeça. Passe os dedos pelo cabelo, jogando fora todos os pensamentos desagradáveis.

5 - Coma um punhado de castanhas-do-pará, ótima fonte de magnésio, que revigora e ajuda a desanuviar a mente confusa. Elas também contêm selênio, um antioxidante mineral.

6 - Visualize uma cor que o deixe animado. Laranja é próprio para eliminar a letargia ou o cansaço. Sente-se ou deite-se confortavelmente, feche os olhos e imagine a cor penetrando pelos dedos das mãos e dos pés e envolvendo todas as partes do corpo enquanto você inspira profundamente. Faça uma pausa e sinta o corpo formigar e se aquecer. Expire e imagine a cor desanuviando junto com a respiração, liberando todos os bloqueios mentais. Abra os olhos e sinta-se despertar.

7 - Sinta o aroma de um óleo essencial que viajará em segundos pelo sistema límbico até o cérebro, na parte associada ao humor e à emoção. Escolha a bergamota para reanimar, a erva-cidreira para a falta de ânimo, a laranja para melhorar o humor e a rosa para aumentar a prontidão; ou crie uma mistura de óleos. Acrescente cinco gotas de óleo essencial a 10 ml de óleo de amêndoas e coloque num vaporizador, ou pingue o óleo num lenço e inale quando necessário.

8 - Absorva a energia de seu chacra coronário, visto como um dos locais mais importantes de concentração de energia, de acordo com a filosofia aiurvédica. Visualize uma esfera de luz pulsando e girando acima da sua cabeça. Inspire a energia alguns momentos, absorvendo a capacidade de aumentar o poder cerebral, que promove abertura da mente e combate o cinismo. Se estiver sozinho, tente dizer "iiii" durante esse processo para ajudar a reequilibrar este chacra.

9 - As posições de ioga conhecidas como invertidas enviam um suprimento de sangue "novo" ao cérebro com efeitos revigorantes. Os principiantes devem tentar o halasana (o arado). Alunos de ioga mais avançados podem optar pelo salamba sirsasana (parada de cabeça), que exige mais habilidade.

10 - Massageie acupontos-chave para canalizar a energia e estimular a circulação do qi ou energia vital. Para aliviar a dor na cabeça e no rosto causada por estresse mental, pressione a área em que seus polegares e indicadores, direito e esquerdo, encontram-se. Mantenha a posição por cinco minutos, depois solte.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u4425.shtml

ANTOINE DE SAINT-EXUPERY

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos"

“Em 1942, Antoine de Saint-Exupéry escreveu este pensamento que contém a essência de seu clássico O Pequeno Príncipe e que permeia toda a sua obra, caracterizada pelo lirismo e por uma profunda reflexão sobre a condição humana. Ao longo dessas seis décadas, milhões de leitores se encantaram com esta e outras belas frases extraídas de seus textos.”

”Seus pensamentos sobre amor, amizade, felicidade, responsabilidade, força moral, beleza, solidão, criatividade e liberdade nos levam a refletir sobre nossa própria existência, nossos relacionamentos e o mundo em que vivemos.”

“Escritor premiado e traduzido em mais de 130 idiomas, o terceiro filho do Conde Jean de Saint-Exupéry e de Marie de Fonscolombe nasceu em 1900 em Lyon, na França.” (Observe-se que na mesma cidade nasceu o Codificador do Espiritismo – Allan Kardec)

“Com 26 anos tornou-se piloto pioneiro e foi um dos primeiros a voar à noite, em pequenos aparelhos a hélice, sem conforto ou segurança. As suas experiências e as aventuras dos legendários companheiros do correio aéreo, que criaram as primeiras rotas internacionais da Europa à África e à América do Sul, serviriam de inspiração para sua segunda paixão: a literatura.”

“Ao sobrevoar o deserto do Saara e os Andes, Saint-Exupéry pôde não apenas observar – e descrever – a beleza arrebatadora do céu coberto de estrela e da Terra, mas também refletir sobre os limites e a grandeza da natureza humana. Daí a força de seus escritos, recheados de passagens tanto de sua vida pessoal quanto profissional.”

“O acidente de avião no Saara em 1935 e até mesmo as raposas com que fez amizade no local em 1927, por exemplo, estão presentes na fábula de O Pequeno Príncipe. Já a paisagem dos Andes e a forte ligação com os companheiros embelezam trechos de Terra dos Homens. Sua luta para lidar com os inúmeros aspectos da natureza humana revelados durante a Segunda Guerra Mundial aparece em Cidadela, manuscrito inacabado que guardou com ele nos últimos anos de sua vida, assim como em Escritos de Guerra, uma coletânea de artigos, notas e cartas para a família e os amigos, produzidos entre 1939 e 1944 e publicados quarenta anos após a sua morte.”

Nosso desejo seria o de transcrever toda a obra e deixar ao leitor a satisfação de encontrar na literatura deste Autor, uma profunda sabedoria poética. Assim nos permitimos transcrever apenas alguns trechos, ao nosso próprio gosto, extraídos de suas principais obras e que estão resumidas no livro “Felicidade, Amor e Amizade – da Editora Sextante:

FELICIDADE

“Dar é lançar uma ponte por cima do abismo da sua solidão.” (Cidadela)
“É preciso que eu tolere duas ou três lagartas se quiser conhecer as borboletas.” (O Pequeno Príncipe)
“Fiz mal em envelhecer. Foi uma pena. Eu era tão feliz em criança...” (Piloto de Guerra)

AMIZADE

“As pessoas não tem mais tempo de conhecer nada. Compram tudo pronto nas lojas. Mas, como não existem lojas de amigos, elas não tem mais amigos.” (O Pequeno Príncipe)
“Aqueles que são diferentes de mim não me prejudicam, muito pelo contrário, eles me enriquecem. Nossa unidade se fundamenta em algo mais elevado do que nós mesmos – no ser humano... Pois ninguém quer ouvir seu próprio eco nem encontrar a própria imagem em um espelho.” (Piloto de Guerra)
"Só estou ligado àqueles a quem eu me dou. Só compreendo aqueles a quem me uno”. (Piloto de Guerra)

AMOR

“A experiência nos mostra que amar não é olhar um para o outro, e sim olhar juntos na mesma direção.” (Terra dos Homens)
“O amor não é pensar, mas ser.” (Piloto de Guerra)
“As paredes da prisão não podem confinar aquele que ama. Ele é de um império que não está nas coisas, mas sim no sentido das coisas, e zomba dos muros.” (Cidadela)

RESPONSABILIDADE

“As pessoas esqueceram esta verdade”, disse a raposa. “Mas você não deve esquecê-la: você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa.” (O Pequeno Príncipe)
“É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar. A autoridade se baseia antes de tudo na razão.” (O Pequeno Príncipe)
“Mas tu, ó sentinela, só tens a dominar-te a disciplina do cabo que te vigia. E os cabos, a disciplina que lhes impõem os sargentos que os vigiam. E os sargentos, a disciplina dos capitães que os vigiam. E assim por diante, até chegar a mim. Eu não tenho mais que Deus para me governar. Se duvidar Dele, será como uma porta falsa no deserto.” (Cidadela)

FORÇA MORAL

“As tempestades, a bruma e a neve vão incomodá-lo algumas vezes. Pense, então, em todos aqueles que já passaram por isso e diga para si mesmo: ‘o que eles conseguiram eu também posso conseguir’.” (Terra dos Homens)
“Vitória, derrota – estas palavras não tem sentido algum. A vida está por baixo dessas imagens e já prepara novas imagens. Uma vitória enfraquece um povo, uma derrota desperta outro. A derrota que sofremos hoje é talvez uma promessa da verdadeira vitória. Só o acontecimento em marcha é que conta.” (Vôo Noturno)

O ESSENCIAL

“É muito mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se você consegue fazer um bom julgamento de si próprio, demonstra verdadeira sabedoria.” (O Pequeno Príncipe)
“Quando nos abandonamos, não sofremos. Quando nos abandonamos, mesmo à tristeza, não sofremos mais.” (Correio Sul)
“As pessoas grandes adoram números. Quando a gente fala de um novo amigo, elas nunca se interessam em saber como ele realmente é. Não perguntam: ‘qual é o som da sua voz? Quais são seus brinquedos preferidos? Ele coleciona borboletas?’ Mas sempre perguntam: ‘Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto o pai dele ganha?’ Só então elas acham que o conhecem.” “O essencial da vela não é a cera que deixa suas marcas, mas sim a luz que ela liberta.” (Cidadela)

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“A guerra marcou profundamente o autor, que deixou a França ocupada para viver dois anos exilado nos Estados Unidos. Em 1943, logo após a publicação de O Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry se realistou na Força Aérea Francesa. Ele desapareceu sobre o Mediterrâneo em 1944, numa missão de reconhecimento. Seu corpo – assim como o de seu amado pequeno príncipe – nunca foi encontrado, mas suas palavras permanecem, para que adultos de todas as idades possam lê-las com os olhos e senti-las com o coração, na busca pelo entendimento daquilo que é essencial.”

Baseado na obra: Felicidade, Amor e Amizade: A Sabedoria na Obra de Antoine de Saint-Exupéry. Saint-Exupéry, Antoine. Tradução de Maria Luiza Newlands da Silveira. (et al). Editora Sextante. RJ, 2003.

por Jeferson Ricardo Spode Flores

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A INFLUÊNCIA DA MÍDIA


Você já percebeu o quanto nós somos bombardeados diariamente com ruídos estridentes, sons atordoantes, anúncios, imagens e estímulos para as mais diversas coisas? Pare e observe. Na rua, no trabalho, em casa. Em muitos lugares isto acontece. E não pára por aí. A maioria sem proveito para nossas vidas. Na definição de Vera Lúcia Franco, essas idéias que nos chegam aos sentidos são puro lixo. Transcrevemos abaixo, reportagem de sua autoria.

“Para alguns solitários, a voz da TV ou do rádio, por exemplo, pode trazer de fato uma reconfortante sensação de companhia até que adormeçam. Mais do que nunca, porém, é fundamental percebermos como a grande quantidade de informações que recebemos através dos meios de comunicação de massa é capaz de interferir em nossa vida subjetiva, em nossas relações sociais e na realidade que nos cerca. Na verdade, eles não só informam e divertem, mas também influenciam valores, crenças e comportamentos. Tal influência, evidentemente, pode ser positiva ou negativa. Não há como negar que, através dos tempos, muitos filmes e novelas vêm, por exemplo, questionando preconceitos e denunciando comportamentos pouco éticos. Por outro lado, não podemos esquecer que, não raro, personagens do cinema ou da telinha desempenham o papel de garotos-propaganda, exibindo produtos de higiene e toalete, alimentos, bebidas, lazer, moda, cultura e, sobretudo, conceitos.

Em outras palavras, por trás do divertimento há uma verdadeira indústria achatando e formatando a consciência das pessoas, que foram reduzidas a meros consumidores. De indivíduos livres e capazes de ter opiniões próprias, passamos a ter necessidades criadas pela mídia; de modo geral, somos governados pelos meios de comunicação. Sofremos um processo de massificação que por um lado nos torna iguais e, por outro, nos propõe a ilusão da liberdade, já que nos faz acreditar que somos livres para escolher.

Se estamos cada vez mais confinados a um sistema de valores que nos é imposto, como podemos então falar em liberdade e autonomia? Se nos vestimos da mesma maneira – a isso chamamos moda – e criticamos quem não se veste como nós; se consumimos os mesmos produtos; buscamos status, dinheiro, conforto e fama; se, na verdade, pensamos e desejamos as mesmas coisas, onde estão as diferenças?

Em seu livro Violência e Psicanálise, J. F. Costa afirma que em cada contexto histórico a sociedade forma um tipo psicológico ordinário, em resposta ao que ela necessita no momento. Esse tipo é nada mais nada menos do que a universalização de particularidades emocionais previamente definidas como normais. Tal processo acaba numa violência simbólica, uma vez que se impõe à pessoa a realidade que ela deve adotar como referencial exclusivo para a sua orientação no mundo. É, portanto, através da intimidade ideológica que se alcança a adaptação das pessoas, a qual facilita o controle social.

Ao aceitar essa padronização, o indivíduo enclausura a sua subjetividade dentro de si, passando a mostrar o que se espera ou o que se quer dele. Ou seja, ele começa a viver uma aparência e, quanto mais se ajusta a ela, menos compreende seus desejos, sentimentos e a sua própria existência; gradativamente, perde a consciência de quem realmente é.

Assim, num mundo com tantas informações, ruídos e apelos, a vida vai descrevendo seu rumo vertiginosamente: ninguém mais tem tempo para nada, principalmente para tomar consciência sobre o que de fato está lhe acontecendo.

Modernamente, o fantástico aparato tecnológico nos leva a crer que estamos mais próximos uns dos outros, porém, estamos cada vez mais enredados no individualismo, na superficialidade e na competição, que acaba por resultar na violência.

Ao escrever 1984, George Orwell alertava para o perigo de estarmos caminhando para uma sociedade totalitarista. Na ficção, o Grande Irmão vigiava toda a sociedade através de câmeras e microfones, 24 horas por dia, cerceando ao máximo, o exercício da liberdade individual de seus habitantes. Apesar de isso não estar muito claro para a maioria das pessoas, no fundo é o que está nos acontecendo atualmente através da perda de valores essenciais da vida em troca dos valores de consumo. Gradativamente, graças a essa massificação, não estamos perdendo a liberdade individual de pensar e sentir?

Aparentemente inspirado no roteiro do livro, em 1999 surgiu na Holanda o programa Big Brother, reality show criado pela Endermol, uma das grandes empresas de entretenimento da Europa. Seu objetivo é levar o público a uma interação cada vez maior com seus participantes.

O Big Brother, como se sabe, é um jogo que mistura em um mesmo cenário pessoas de temperamento e nível sociocultural diferentes e que, de preferência, têm um belo rosto e um corpo esbelto. Elas devem conviver em uma casa durante dois meses, dia e noite, sob a vigilância de câmeras e microfones espalhados por todos os espaços em que se movimentam.

Através da TV, o público acompanha diariamente o desenrolar dessa convivência, opina sobre a atuação de cada um e até decide o rumo que as coisas devem tomar. Os participantes, por sua vez, sabem como está seu Ibope diante do público e que disso depende sua vitória ou desclassificação.

O drama de quem participa do Big Brother é, no fundo, muito parecido com o dos cidadãos comuns; a idéia central do programa é ver como reagem as pessoas sob confinamento e vigilância constantes. No final, vence aquele que conseguir cativar o telespectador, cabendo-lhe, além da fama, uma rica soma em dinheiro.

Nesse show de irrealidade, parece ficar claro como a indústria do entretenimento é capaz de nos sugar para fora de nós mesmos. No caso do Big Brother, isso se dá através da identificação com o drama dos participantes do programa. Ao cedermos à tentação de acompanhar suas mazelas cotidianas, nos deslocamos da nossa vida e caímos prisioneiros de uma profunda alienação. Sob a égide da interatividade, passamos a viver a vida de um personagem, tentando dar soluções para o seu drama interior.

Muitos, com certeza, acham essa uma excelente distração, na medida em que, por certo tempo, nos ajuda a não pensar nos nossos próprios problemas. Enquanto isso, porém, a nossa vida vai passando e cada vez mais vamos nos distanciando dela para tomar parte de uma realidade que não passa de uma aparência bem organizada.

A imaginação – é verdade – tem uma função importante no desenvolvimento humano, pois ela nos ajuda a compreender o mundo, a deduzir o que provavelmente vai acontecer, ou mesmo a intuir e compreender emocionalmente este ou aquele acontecimento. É através dela que podemos nos distanciar da realidade e expressar a profunda ansiedade humana em experienciar algo diferente do que existe. Se levado a extremos, porém, o exercício da imaginação pode obscurecer a nossa visão da realidade, fazendo com que nos percamos dentro de um mundo de faz-de-conta.

Num universo aparente como o nosso, os limites entre o verdadeiro e o falso se confundem e fica difícil distinguir o que é real do que é pura ilusão. À semelhança dos participantes do Big Brother, estamos presos a uma estrutura de valores preconcebidos que nos desconecta da nossa verdadeira essência; assim, ficamos vulneráveis a todo e qualquer tipo de manipulação. No reality show o público representa esses valores, modelando o comportamento de cada participante do programa através da crítica e do elogio; se mostrar o que dele se espera, ele ganhará fama e dinheiro, caso contrário, será rejeitado através do chamado paredão.

Mas e na vida real, quem vence esse jogo? Provavelmente o mais novo tipo psicológico ordinário que esta sociedade tecnológica, consumista e desumana elegeu: aquele que não se importa de esvaziar-se de toda a sua vida interior. Aqui, porém, o prêmio é na verdade um castigo: a perda do contato com o próprio self para representar uma identidade fictícia e ideal, exigida pela sociedade de consumo.

Fugir desse processo, sem dúvida, não é tarefa das mais fáceis. Talvez o primeiro passo nesse sentido seja determinar que tipo de pessoa queremos ser e que valores básicos desejamos para nortear a nossa vida.”

(Revista Planeta – Dez 03 – Texto de Vera Lúcia Franco)

por Jeferson Ricardo Spode Flores



DESARMAR O ESPÍRITO

Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?

“Cultura do medo, gerada pela violência, determina vida do cidadão.”

“Um fenômeno tão antigo quanto o mundo, em pouco mais de uma década, mudou de cara. A violência é hoje diferente do que sempre foi, constatam estudiosos do assunto. As teorias que a explicavam não dão mais conta do recado. Pela tese econômica, por exemplo, a razão da violência sempre foi a busca por ganho material (comida, dinheiro, carro, jóia etc.). Pela via política, ela é entendida como instrumento de oposição ao sistema vigente, diz o cientista político Paulo Mesquita, do Instituto São Paulo Contra a Violência. E hoje?

Hoje ela é banal, democrática, funciona como meio de expressão, especialmente de jovens, ocupa muito bem o espaço da falta de valores sólidos e gera nos cidadãos uma tremenda obsessão pelo medo, entre outros atributos. Refletir sobre eles ajuda a perceber como a violência determina a forma de viver e também ajuda a encontrar maneiras de escapar disso.

"A pessoa não encontra valores que a dignifiquem", seja na família, na escola ou nas instituições públicas. Dessa maneira, grupos se formam não em torno de uma ideologia, de uma ética comum - caso de gangues como a dos carecas e dos surfistas de trem. O que os une é a manifestação da violência em qualquer grau. "É a forma que encontram para expressar suas tensões, angústias, para dizer eu existo", diz o psiquiatra.

Reféns da violência

Denis Mizne, diretor-executivo em São Paulo do Instituto Sou da Paz, faz referência a uma democratização do medo, que leva todos a se sentirem reféns da violência. "Isso mexe muito com a vida das pessoas e leva a reações irracionais, como armar-se ou se autoproteger sem se preocupar com a preservação da vida do outro", diz Mizne.

As campanhas de desarmamento têm ocorrido, mas Mizne acha que é preciso mais: "Temos que desarmar o espírito". E como se opera isso? Por meio de uma nova forma de educar - na família, na escola e na sociedade.

O educador Ubiratan D'Ambrósio, da Universidade de Campinas (Unicamp), explica: "Educação inclui mostrar que o diferente não é o nosso inimigo, não representa o perigo. O medo [da violência] gerou uma paranóia coletiva em que as relações humanas passam a ser de desconfiança, de animosidade. Estamos gastando muita energia, econômica e emocional, para nos defendermos de um inimigo que talvez nem exista"”. (Fonte: Folha Online - 04/03/2004 )

Encontramos no Espiritismo vasta argumentação para o entendimento da violência. Em “O Livro dos Espíritos”, na questão 742 encontra-se o seguinte:

“Que é o que impele o homem à guerra?”Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem - o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos freqüente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas, fazendo-a com humanidade, quando a sente necessária.

743. Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?
Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.”

No mesmo capítulo do referido livro Allan Kardec aborda a questão da crueldade e formula à Espiritualidade Superior a seguinte proposição:

“756. A sociedade dos homens de bem se verá algum dia expurgada dos seres malfazejos?
A Humanidade progride. Esses homens, em quem o instinto do mal domina e que se acham deslocados entre pessoas de bem, desaparecerão gradualmente, como o mau grão se separa do bom, quando este é joeirado. Mas, desaparecerão para renascer sob outros invólucros. Como então terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. Tens disso um exemplo nas plantas e nos animais que o homem há conseguido aperfeiçoar, desenvolvendo neles qualidades novas. Pois bem, só ao cabo de muitas gerações o desenvolvimento se torna completo. É a imagem das diversas existências do homem.”

Na obra intitulada “A carta Magna da Paz”, ditado pelo Espírito Camilo pela psicografia de J. Raul Teixeira, encontramos mais informações para refletir: “Diante dos quadros de violência e destruição que se observam em escalada crescente nos dias atuais do mundo, é comum o anseio de todos os seres que buscam a harmonia e a paz por um desfecho feliz que possa trazer à humanidade dias de prosperidade emocional, de confiança, de esperança.

No mundo de hoje, a hiper-exposição de mídias a que é levado o delinqüente alimenta suas fantasias, patologicamente acalentadas, e desperta em outras personalidades, igualmente enfermas, o desejo de também serem mostradas em redes regionais, nacionais ou mesmo internacionais – de jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão - , estabelecendo-se um verdadeiro circuito aberto de criminalidade glamourizada, de sandice, de loucura.

Tem-se dado ao crime e a criminosos um tempo de exposição midiática que não se concede a nenhuma nobre proposta social: à educação, à arte, à ciência, etc. Essa anomalia, bem se vê, configura a mitificação do delito e do delituoso, sob a ingênua justificativa de que se deve informar, como se o informar não tivesse que estar atento à indispensável ética, na qual se deve levar em conta o que e para que se informa, bem como as conseqüências disso para os diversos tecidos psicológicos e morais da sociedade.”

E A SOLUÇÃO?
No mundo, hoje “...pode-se educar a pessoa tanto para a vida quanto para a morte, dependendo do sentido que se lhe ensina dar à existência. Quando se educa para a autoconfiança, para a resistência aos fracassos e às frustrações, para o bem, para o belo e para o amor, está-se adotando o sentido de vida... Quando se educa para o desânimo perante as dificuldades, para a vaidade e o orgulho, para o despeito, para o ódio, enfim, está-se valorizando...” a morte, a violência, etc.

“Nesse campo, é fundamental e decisiva a ação dos pais e dos demais educadores que atuam junto à criança e ao jovem. Deverão, de modo responsável, empreender esforços para o bom conduzimento dos seus dependentes afetivos, de tal maneira que esses usufruam segurança emocional, saúde moral, que os capacitem ao desenvolvimento e à manutenção da maturidade, do amor, a fim de que jamais se aconselhem com instintos anti-sociais, nem lhes dêem margem a qualquer manifestação.

Considerando a educação como a capacidade de se forjar caracteres, como propõe Allan Kardec, o nobilíssimo Codificador da Doutrina Espírita, vale trabalhar, dedicada e intensamente, para que, por intermédio da educação, logremos edificar um mundo melhor, um mundo de paz e de felicidade.” (A carta Magna da Paz, pg.33)

Assim, não deixemos que os fatos momentosos e circunstanciais nos impressionem ou ditem nossas vidas, antes, confiemos na Providência Divina, nos seus desígnios e busquemos ser agentes da não-violência.Colaborando com a educação daquelas almas que estão, momentaneamente sob nossos cuidados, não nos esqueçamos da reforma íntima que cada um de nós deve empreender, esforçando-se para nos tornarmos aptos e dignos de dizer, assim como Francisco de Assis – O homem-paz, nos ensinou: “Senhor, fazei de mim, um instrumento de vossa Paz.”

Referências bibliográficas:
- Folha Online - 04/03/04
- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB. Ed. 76ºed.
- Teixeira, J. Raul. A carta Magna da Paz – ditado pelo Espírito Camilo. FRÁTER.

por Jeferson Ricardo Spode Flores

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